ENXAQUECA: Descobertas e Avanços no Tratamento
- Darwin Saúde
- há 6 dias
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Um mergulho no universo da dor crônica que mais incapacita no mundo
Neste episódio imperdível do podcast Darwin Conecta, se constrói uma conversa reveladora sobre um dos temas mais prevalentes e mal compreendidos da medicina: A ENXAQUECA . Com a presença dos neurologistas Dra. Brunella Pupo e Dr. Fernando Topanotti Tarabay, o bate-papo oferece um panorama completo sobre os avanços no diagnóstico e tratamento dessa doença crônica, que afeta cerca de 15% da população mundial.
A dor invisível que paralisa vidas
Com dados alarmantes sobre a prevalência da enxaqueca, os especialistas destacam que ela é considerada a doença neurológica que mais causa incapacidade no mundo. Além do impacto na produtividade, a enxaqueca impõe um custo social e emocional altíssimo. "Não se trata apenas de dor, mas de uma perda constante de qualidade de vida, momentos com a família, e até mesmo memórias", destaca a Dra. Brunella.
O Dr. Fernando complementa abordando a cultura de banalização da dor no Brasil: "Ainda ouvimos que 'ter dor é normal', ou que 'mulher é fresca'. Essa mentalidade precisa ser combatida."
Entendendo a fisiopatologia da enxaqueca: do gene ao gatilho
O avanço nos estudos genéticos e neurofisiológicos vem desmistificando os mecanismos da enxaqueca. Hoje se sabe que a doença está relacionada à ativação disfuncional do sistema trigêmino-autonômico, frequentemente influenciado por fatores genéticos. "A enxaqueca não surge de um estímulo externo clássico, como uma pancada. Ela é deflagrada por alterações complexas na percepção da dor", explica Brunella.
A divisão clássica em quatro fases (pródromo, aura, dor e pós-dromo) ajuda a entender a complexidade dos sintomas e reforça a importância da escuta clínica atenta para um diagnóstico correto.
Diagnóstico: escutar o paciente é essencial
Um ponto central da discussão é a necessidade de diferenciar a enxaqueca de outras cefaleias, como a tensional. "O segredo está na história clínica. Escutar o paciente, perceber mudanças no padrão da dor, e identificar sinais de alerta é o que define uma boa conduta", reforça Fernando.
Os convidados também alertam para o uso excessivo e inadequado de medicamentos na fase aguda, como opioides, que podem cronificar o quadro. "O paciente precisa ter autonomia e conhecimento para usar os medicamentos certos no momento certo", afirma Brunella.
Inovações no tratamento: da toxina botulínica aos imunobiológicos
Hoje, o tratamento da enxaqueca vai muito além dos analgésicos comuns. A toxina botulínica, aprovada em bula para enxaqueca crônica, surge como uma alternativa eficaz, com aplicações que aliviam os sintomas por até 4 meses.
Outra revolução vem com os imunobiológicos, que atuam no CGRP, um peptídeo envolvido na cascata inflamatória da enxaqueca. Esses medicamentos têm poucos efeitos colaterais e são administrados por via subcutânea, com opções de aplicação domiciliar, facilitando a adesão.
Educar, personalizar e humanizar: o futuro do cuidado com a enxaqueca
O tratamento eficaz vai além do remédio. Inclui educação do paciente sobre os pródromos, uso de diários de dor, individualização dos gatilhos e estratégias não farmacológicas. "Tratar a enxaqueca é tratar toda a vida do paciente", diz Dr. Fernando.
Ao final, os especialistas projetam um futuro de ainda mais inovações, com terapias gênicas e refinamento dos imunobiológicos. E deixam um recado claro: é preciso combater a desinformação, ouvir o paciente e buscar sempre a personalização do cuidado.
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