A Cirurgia Cardíaca já está no futuro!
- Darwin Saúde
- 12 de ago.
- 4 min de leitura
Atualizado: 13 de ago.
PODCAST DARWIN CONECTA - Episódio 01
A cirurgia cardíaca é, há décadas, uma das áreas mais complexas e fascinantes da medicina. Tradicionalmente associada a incisões extensas, longos períodos de internação e recuperação dolorosa, essa especialidade vive hoje uma transformação radical.Novas técnicas, tecnologias e dispositivos estão mudando não só a maneira como os cirurgiões operam, mas também as possibilidades de tratamento e a experiência do paciente.
Foi sobre esse cenário que o cardiologista Jeisson Simionato, host do podcast Darwin Conecta, conversou com dois especialistas que vivem essa evolução no dia a dia: Dr. Ricardo Choma e Dr. Matheus Heluany, cirurgiões cardiovasculares que atuam na linha de frente das inovações da especialidade.
Paixão pelo coração: o que move um cirurgião
A escolha pela cirurgia cardíaca não é feita por acaso — ela nasce de fascínio e propósito.
Para Dr. Matheus Heluany, cada paciente é uma oportunidade de transformar vidas:
“Ver um paciente que não conseguia subir um lance de escadas voltar a correr depois da cirurgia é algo que não tem preço.”
Já Dr. Ricardo Choma relembra o momento marcante durante a residência médica:
“Quando vi o coração parar e voltar a bater, não teve volta. É isso que quero fazer para o resto da vida.”
Essa paixão pelo ofício, associada à busca constante por atualização, é o que impulsiona ambos a trazer para o Brasil técnicas e equipamentos que encurtam a distância entre a medicina nacional e os grandes centros mundiais.
Da cirurgia aberta à abordagem minimamente invasiva
Nos últimos anos, a cirurgia cardíaca passou por avanços que transformaram profundamente a experiência do paciente. Procedimentos antes altamente invasivos agora podem ser realizados com incisões reduzidas, menos dor e uma recuperação muito mais rápida.
Entre as principais mudanças, destacam-se:
1. TAVI (Implante Transcateter de Válvula Aórtica)
Indicado para pacientes com alto risco cirúrgico ou idade avançada, o procedimento substitui a válvula aórtica por meio de um cateter, evitando a abertura do tórax.Antes, muitos pacientes morriam sem tratamento adequado; hoje, podem receber uma nova válvula com anestesia local e alta precoce.
2. Cirurgias minimamente invasivas
Com incisões entre 3 e 5 cm, acesso axilar ou toracotomia lateral, essas técnicas permitem tratar válvulas, aorta e realizar revascularizações preservando o esterno. Em alguns casos, as incisões ficam ocultas sob a mama ou na região da auréola, garantindo um resultado estético superior e menor risco de infecção.
3. Revascularização minimamente invasiva
Ao acessar diretamente a artéria-alvo, muitas vezes com suporte de circulação extracorpórea periférica, o procedimento oferece maior estabilidade hemodinâmica e reduz o tempo de recuperação.
O paciente certo para cada técnica
A decisão sobre qual abordagem utilizar é sempre personalizada.Fatores como idade, risco cirúrgico, comorbidades, durabilidade da prótese e expectativas do paciente influenciam a escolha.Nesse contexto, ganha força o conceito de Heart Team — uma equipe multidisciplinar formada por cirurgiões, cardiologistas, ecocardiografistas e hemodinamicistas que avaliam conjuntamente cada caso.
Como explica Dr. Matheus:
“O paciente chega ao consultório pedindo técnicas minimamente invasivas ou por cateter. É nosso papel avaliar se essa é realmente a melhor opção para ele, olhando não só para o presente, mas para o que pode acontecer daqui a 10 ou 20 anos.”
A questão da durabilidade das próteses
Um dos temas centrais no debate é a durabilidade das válvulas cardíacas.Enquanto próteses biológicas modernas já alcançam 15 a 20 anos de vida útil, a TAVI ainda apresenta expectativa média de 10 a 12 anos, o que exige planejamento cirúrgico estratégico para pacientes mais jovens.
Para Dr. Ricardo Choma, essa visão de longo prazo é essencial:
“Em um paciente de 60 anos, precisamos pensar que a cirurgia que fizermos agora impactará as possibilidades dele no futuro. Às vezes, uma válvula biológica implantada por cirurgia minimamente invasiva abre caminho para uma TAVI daqui a 20 anos.”
Tecnologia, aprendizado e curva de evolução
Ao contrário de outras áreas médicas em que uma nova medicação pode ser incorporada rapidamente, a cirurgia exige treinamento intensivo e domínio técnico.Muitas das inovações chegam por meio de cursos e estágios em centros internacionais, onde cada especialista desenvolve expertise em um campo específico — algo ainda em evolução no Brasil.
Segundo Dr. Matheus:
“Nós viajamos para aprender e trazemos para cá não só o equipamento, mas toda a curva de aprendizado. É uma busca constante para oferecer o que há de melhor aos nossos pacientes.”
O futuro da cirurgia cardíaca
Olhando para os próximos 10 a 20 anos, os especialistas enxergam tendências claras:
Incisões cada vez menores.
Expansão dos tratamentos por cateter.
Uso intensivo de inteligência artificial para planejamento e tomada de decisão.
Trabalho cada vez mais integrado e multidisciplinar.
Equipes superespecializadas, à semelhança dos grandes centros internacionais.
“As técnicas vão mudar, mas a essência da cirurgia cardíaca permanecerá: devolver saúde e qualidade de vida ao paciente”, resume Dr. Ricardo.
Conecte-se ao futuro da medicina
A cirurgia cardíaca está mais segura, menos invasiva e muito mais personalizada do que há poucos anos. Mas, para que esses avanços cheguem a mais pacientes, é fundamental que médicos e profissionais de saúde conheçam, discutam e adotem essas inovações.
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